Resenha: Organs - Tom Milsom


Como alguns de vocês devem saber, no dia 18 de novembro (de 2013), saiu pra vida o quarto álbum do meu artista favorito, o Tom Milsom. O álbum se chama Organs. E é pretty much amazing. De verdade. Talvez por eu estar esperando o álbum há algum tempo (quase o ano todo, desde que ele anunciou que existiria), mas isso não vem ao caso.

Como traduzo melhor do que faço resenhas (o que não é grandes coisa), vou pôr aqui uma tradução de parte da resenha feita pelo site explorerstm.

Após ouvir as 13 faixas, você percebe que não tem nome melhor do que "Organs"; não tem verso melhor do que "I will cut me open". O estilo único de Tom Milsom de fazer neopsicodelia vai te fazer viajar, enquanto suas letras superpessoais e universalmente relevantes vão te fazer se contorcer. 
I. XIII

Na era dos melhores colocados no iTunes e de frases de efeito tocando nas rádios, Organs se encontra, de uma forma refrescante, fora do lugar. Os sons diversos e as influências exibidos no terceiro álbum do músico londrino Tom Milsom desafiam uma classificação, indo de um indie rock cativante ("Body") a uma neopsicodelia irascível ("Take Me Out"), de batidas rápidas e nervosas ("Beautiful") a grandes composições para piano ("Fine"). É um álbum lindo que deve ser ouvido todo de uma vez, ou em situações calamitosas, ou em partes. Ele é, em tempos em que a mídia é, com frequência, malcompreendida, um álbum que merece estar em um vinil. Ou seja: é uma experiência.
Se abrindo como nunca antes, Milsom oferece sua vida como uma narrativa nessas treze faixas, estendidas por um período de três anos de produção. Nesse tempo, ele cresceu imensamente como instrumentalista, letrista e produtor — e, aqui, dá para perceber. Cada faixa traz alguma coisa inesperada à mesa, seja um ukulele elétrico disfarçado de guitarra, uma bateria que some, para depois voltar com tudo, ou um verso que te tira com tudo da complacência: "Back when I thought I would die before this album dropped..."
Com esse sentimento cru, nós chegamos ao ponto crucial da coisa: Organs é, mais do que qualquer coisa, sobre lidar com seus demônios. Depressão, isolamento e insegurança estão em destaque por aqui, e Milsom nos traz uma visão impávida do olho do seu próprio furacão. Por mais pesado que seja, ser confrontado por essas reflexões poderosas sobre moralidade, é estranhamente reconfortante — saber que você não é o único com problemas. Como ele descreveu no vídeo de anúncio do álbum: "É sobre se sentir completamente sozinho, e perceber que tem muita gente por aí que se sente assim, também."
E assim, com letras inspiradas por circunstâncias pessoais, o álbum é emocionalmente ressonante. Todos nós temos nossos demônios, diferentes, mas igualmente aterrorizantes em nossas próprias vidas e mentes. Como uma pessoa diagnosticada com transtorno bipolar, ouvir Organs é uma forma de encontrar conforto e jogar longe esse tipo de sentimento, cantar junto com "I apologise when I break down" e gritar, triunfantemente, "You'll be fine!" para mim mesmo no caminho para casa em um dia não tão ótimo assim. Isso, no fundo, é o que Milsom nos oferece com Organs: uma reflexão pessoal tão profunda que se torna uma reflexão de todos nós, de sermos humanos, uma consciência autocontida — solitária.
Adicione a isso o fato de que todos os 50 minutos desse álbum foram gravados em um único quarto (não um estúdio) por um único artista, e você vai começar a entender o que faz Organs tão especial. É uma declaração atemporal feita em estilo contemporâneo, e não seria surpresa nenhuma se Organs fosse o álbum que finalmente trouxesse Milsom para o reconhecimento que ele merece no indie rock/pop.
– Alice Wilde

Mais cedo neste ano, acho que um dia antes de Organs sair, eu apresentei Tom Milsom a um primo meu, o Caio, primo este que, correm as lendas, também foi influenciado por mim em outras coisas e agora anda por aí bebendo o dia inteiro. Família. E, against all odds, ele gostou, disse inclusive que está apresentando o Tom pra outras pessoas e que elas também estão gostando e: enfim.

Postei a tradução da resenha aqui porque ela diz basicamente o que eu diria se fosse prolixo assim. Ela diz mais, até. Ela só não diz que eu comprei o CD de Organs ainda na pré-venda e que ele vai chegar pra mim em algum dia de dezembro.

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